
Numa conversa sobre imagens no FB, alguns poetas postaram seus poemas.
Este poema da Nina é dessa safra, e me impressionou muito, pelas suas imagens vertiginosas, pela sensação de viagem o tempo todo. Ela escreve no blog Quandos . O poema, aí está:
[outra variação pra atravessamento, nina rizzi]
quando sexta adoeci, era noite baixa, o largo distante e vago
refém das ilusões perdidas, meti-me no coletivo
e deixei sacolejar no último banco a cabeça
em sincronia com as voçorocas, batendo forte na janela fechada
e como não escorresse sangue, corri
como se nas escadarias do chateau de nilda
luxúria, pó, a agonia encarnada no homem
que só me serve por ser bruto, arisco
pronto a me matar em espada, ferro e convulsão
pra rebentar os óculos, a insegura caverna
levitar até arder o esquecimento
preciso dessa dor que me atravessa os idos
e o invisível, me rasgando a carne, até o levitar
dos ossos com a terra, esvaziar-se, des-
ser.
2 comentários:
Adoro este texto da Nina... Ótimo espaço!!!
Adoramos,Mar.
É um poemaço!
Bjo
Nuno
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