segunda-feira, 23 de abril de 2012

jogos de armar/ no espelho






Se você tem algo, de fato, a escrever sobre o tempo, perceba que ainda uma outra vez ele passou de vez sem que você soubesse que a chance de dizer as poucas coisas que lhe foram caras, na esperança vaga de que tais palavras sustentadas pelo poema possam, na sua dança, tatuar em outro corpo a mesma marca, está perdida: o mundo segue algum desvio, desesperos portáteis, vãos, gomorras sem o olhar de um deus, distopia e corrosão do século vinte e um, dessublimações, falsa anunciação que lhe afunda em soul, sexo e melancolia.

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