segunda-feira, 26 de abril de 2010

Maiakovsi, em O Poeta Operário


"Nós polimos as almas com lixas de versos."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

de um soneto de Tite de Lemos





Diamantes e cinzas, vêm e vão
as cartas que o acaso distribui.
Contudo guardarei só uma, a tua.

(do soneto XLIII – Caderno de Sonetos, Tite de Lemos, 1988)

Diário de Franz Kafka, 21 de junho de 1913


(desenho de Franz Kafka)

O prodigioso mundo que eu tenho na cabeça. Como, entretanto, me libertar e libertá-lo sem me despedaçar? E de preferência ser mil vezes despedaçado do que conservá-lo em mim ou enterrá-lo. Estou aqui para tanto, inteiro-me perfeitamente disso.

(tradução de Torrieri Guimarães)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

labirinto, paraíso


O meu desejo vagou por cada sombra
do labirinto, quer dizer, do paraíso
e se contaminou, riscando
com as unhas mensagens nos muros
até que escorresse o sangue, não sei
se do muro, das letras ou
da pele – se elas sangram não importa
mais, as dores
eram outras e esperavam
congeladas dentro do corpo, bomba
subterrânea que murmura “a qualquer
momento, a qualquer
momento”.

domingo, 11 de abril de 2010

o corpo

o corpo, mas um pouco além
do corpo, o que o inflama na vertigem
dos hormônios (sim, os hormônios
e suas trilhas velozes, milhares de milhas
por dentro através das décadas, sempre
por dentro, ou mais, cada vez
mais rumo a um longínquo centro carregando
no espaço
de cada instante o que se quer dizer
pelo calor da pele), os poços
escuros onde você afunda
a carne, estreitos,
mas aquilo que acende a sua urgência,
sem nome e sem itinerário,
à deriva como estas
linhas, como estar agora
aqui.

sábado, 3 de abril de 2010

"Quanto mais os telescópios forem aperfeiçoados, mais estrelas surgirão." Gustave Flaubert