Mão com globo, de Escher
Ela
pode não ser quem você pensa,
o
seu vizinho, o jornaleiro pode
não
ser quem você pensa, talvez só de
leve
por dentro leve o que aparenta
a
custo (enquanto tudo o que devora
o coração grita), o motorista
da
van que no engarrafamento arrisca
a
contramão, o bêbado que mora
na
rua (a circunstância é um deserto
que
cobre tudo ou é o deserto a via
única
e incontornável a seus pés?),
e
até você aí lendo estes versos,
encare
o espelho agora e desafie
o
que vê: quem você pensa que é?
(em itálico, sampler do poema "Mal Secreto", de Raimundo Corrêa)
Leia também na Revista Mallarmargens.
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