(Distopia - fotografitti, por Nuno Rau)
Se
você tem, de fato, algo a escrever
sobre
o tempo, perceba que ainda uma outra
vez
ele passou de vez sem que você
soubesse
que a chance de dizer as poucas
coisas
que parecem claras, na esperança
vaga
de que tais palavras sustentadas
pelo
poema possam, na sua dança,
tatuar
em outro corpo a mesma marca,
está
perdida: o mundo segue algum
desvio,
desesperos portáteis, vãos,
gomorras
sem o olhar de um deus, distopia
e
corrosão do século vinte e um,
dessublimações,
falsa anunciação
que
lhe afunda em soul, sexo e
melancolia.
(leia também na revista Mallarmargens)
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