para Antônio Cícero
Seus versos têm uma serenidade
(como os gestos que, sempre tão medidos,
só se agitam se falam da poesia)
que não tenho, não tive ou que perdi,
e se me fosse dado amar a um homem
(e não seria este destino um fardo,
mas é impossível pela conjunção
dos desígnios da carne e do espírito
em mim) decerto, sei, o amaria
- como já amo, em termos, pelas linhas
que sempre sua mão no tempo risca
e, às vezes, sigo como um estudante
que sabe estar o mestre muito acima
(um bom poeta, estando vivo ou não,
continua crescendo todo dia)
e o ama mesmo assim, porque o amor
é uma coisa que se tem por dentro
ou não se tem, assim como as palavras
que só esplendem quando bem domadas.
E foi por isso que fiz estes versos
mal acabados e quase sem luz
só pra ficar aqui, tranquilamente,
na antítese do amor que não quer nada
- porque no fundo nada é o que se tem.
(como os gestos que, sempre tão medidos,
só se agitam se falam da poesia)
que não tenho, não tive ou que perdi,
e se me fosse dado amar a um homem
(e não seria este destino um fardo,
mas é impossível pela conjunção
dos desígnios da carne e do espírito
em mim) decerto, sei, o amaria
- como já amo, em termos, pelas linhas
que sempre sua mão no tempo risca
e, às vezes, sigo como um estudante
que sabe estar o mestre muito acima
(um bom poeta, estando vivo ou não,
continua crescendo todo dia)
e o ama mesmo assim, porque o amor
é uma coisa que se tem por dentro
ou não se tem, assim como as palavras
que só esplendem quando bem domadas.
E foi por isso que fiz estes versos
mal acabados e quase sem luz
só pra ficar aqui, tranquilamente,
na antítese do amor que não quer nada
- porque no fundo nada é o que se tem.
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